Venho me sentindo como aquele brinquedo quadradinho antigo, que as pessoas rodam pra deixar os quatro lados, da mesma cor.Gira, re-gira, embaixo,em cima, no meio.Cabeça embaixo, pé na cintura, cintura nas costas,cabeça nas costas, cintura na cabeça.Pulmão apertado no meio disto tudo.Falta ar.Falha a respiração.

Superação - Passagem:- Um passo a frente. 5 Postais que formem um unidade, tanto junto quanto separados.Mais um do meu caçula Iquinho.http://www.flickr.com/photos/ps_ico/page2/

O gelo corta.

Ontem passou uma tempestade

do Alasca no meu coração.

Superação - Conflito

Superação - Conflito"Fuga e pensamento? 5 Postais que formem um unidade, tanto junto quanto separados.". Meu caçula,meu artista,minha inspiração: http://www.flickr.com/photos/ps_ico/page2/

Na pia de casa,eu,lavando louça ouço o vento passar e me dizer que o mundo é grande.
E imagino a imensidão do Universo escuro(será?)e olho a parte que é próxima a mim neste Universo.A linda imensidão do céu,flutuante,libertadora ,da cor de minha respiração.E porquê, no meu caso,sufocante?

Pinto minha vida,como se fosse um quadro colocado em uma moldura.Quadrilátera.Quatro quinas.Quatro margens.Sem ponte.Previsível.Encostado em uma parede onde não há,se quer,a possibilidade de criar uma visão 3D,para que possa aumentar a dimensão de vida atrás desta pintura(pintura da minha vida).
Porque torno a minha vida pequena e sufocante?Porque eu mesma vivo numa apnéia constante?Como uma cabeça dentro do mar,que não levanta.Ou um plástico enrolado com força sobre todo meu corpo.Porque pinto este quadro previsível?Como aqueles quadros de paisagens pintados em um destes cursinhos pré-vestibulares de arte.
Óbvio,estanque,paralisado.Sem nuances.Com cores,que,por incrível que pareça não transmitem cor alguma(seria tudo pintado na cor"Flicts"se ela não soubesse hoje,que a Lua é "Flicts").

As cores podem não ser coloridas.Podem ser opacas,sem brilho,sem luz.
É a minha vida dentro do meu quadro(que eu mesma pinto).Criador e criatura.Victor Frankenstein e seu monstro.
Como posso tornar isso possível?Eu a artista da minha arte,que é feita em mim mesma.Sobre mim e dentro de mim.Como posso estar dentro e fora do quadro,participando da pintura e do ato de pintar?

E mais ainda:como posso fazer isso tudo se sinto que minhas mãos estão atadas?Pés atados.Sentada numa cadeira na varanda.
Não é possível pintar,de mãos,dedos atados.Mas eu pinto.E crio esperança.Mesmo vendo,percebendo,que eu crio e faço minha vida pequena,como aquele quadrinho solitário numa gigante parede.E a minha esperança pinga,justamente desta goteira nascente.Tenho mãos atadas,pés atados.Minha pintura é opaca,as minhas cores não possuem cores(como se fosse uma metáfora)quase que invisível.Mas mesmo assim,ainda pinto.
E prefiro acreditar que o invisível ,aos meus olhos,torna-se branco.Há uma paisagem que de tão sem cor,ela é branca.
Isso me enche de esperança,pois o branco,é também,meu eterno recomeço.

Te Olhe

Superação - Angústia "Angústia - Um mar sem ar. 5 Postais que formem um unidade, tanto junto quanto separados." Todos do meu super caçula Ico.Um artista incrível e genial- http://www.flickr.com/people/ps_ico/

Pareço exigir demais do mundo e de mim mesma.Já não sei mais o que é legítimo,o que é fantasia,o que é meu,o que é do outro.Tudo entrelaçado,misturado.Sem foco.Embaçado como a minha míope visão.Eu posso enganá-la,usar truques.Mas na verdade,quando deixo olhar com meu olho verdadeiro,ele falha.E não enxerga o que eu quero ver.

O que escrevo?O que eu sinto?Não sei nem mesmo dizer o que eu sinto,não consigo encontrar um respiro de certeza.É tudo vago,confuso,mutante,superficial dentro da mente.Dentro do coração.

Dentro da onde exatamente?Não gerar dependências.Quando já são muitas...Eu necessito me curar de todas elas.Como um viciado se cura do seu vício.É preciso enxergá-las antes...mas como se minha visão é embaçada?Não existem lentes modernas o suficiente pra isso.Um de cada vez.Tirar as sensações ruins do peito.Insegurança,ciúmes,eterna sensação de abandono.Raiva não.Não me permito este sentimento.

E um lugar dentro de mim que ninguém consegue penetrar,nem eu mesma.Uma bola densa,funda,negra.Um túnel.Sei que lá no fundo há LUZ.Talvez o caminho seja curto,mas é difícil enxergá-lo neste momento.Faço o caminho longo.Tortuoso.Espiral.Voltas e reviravoltas.Porque páro no mesmo lugar?Labirinto de mercúrio.Voltas,voltas,voltas.Porque enrolo todos que amo nesta teia que criei pra mim?Qual o segredo que precisa ser revelado?Existe uma lacuna aberta,sem que eu consiga(mais uma vez) enxergar.E lá se encontra uma resposta(tenho quase certeza).
Mas esta falta de visão ,em todos os aspectos me faz não olhar.Não ver.Não enxergar.Será que eu mesma feri,e continuo insistindo em continuar ferindo meu olho assim?Busco minha cura.Tenho pessoas que AMO.Que quero fazer feliz.eu preciso me fazer feliz...

Estrela cadente

Dentro da noite,eu tento olhar o céu ,da janela fechada da sala,e o que consigo ver,é o reflexo de alguns pedaços da sala com alguns pedaços do céu.

E passa uma estrela cadente.Duas estrelas cadentes. Passou no céu.Passou também dentro da sala.